CONFIRMANDO A PROFECIA
Texto: 1 Samuel 9.19
“E Samuel respondeu a Saul, e
disse: Eu sou o vidente; sobe diante de mim ao alto, e comei hoje comigo; e
pela manhã te despedirei, e tudo quanto está no teu coração, to declararei”
Paz, atualmente vivemos momentos
de muita confusão profética dentro de nossas igrejas. São muitos profetas com
mensagens cada vez mais contraditórias e até contrárias à Bíblia sagrada. Mas por
que tudo isso?
O interessante que a Palavra de
Deus é clara quanto às profecias, mas eu não me recordo de quando um pastor
ensinou a igreja a respeito delas! A última vez que vi uma mensagem a respeito
eu era adolescente e foi ministrada por um presbítero que fazia questão de
manter o controle dos cultos...
Na passagem bíblica citada acima
o desconhecido Saul percorreu grande parte do território de Israel atrás de aproximadamente
200 (duzentas) jumentas que eram o sustento da família dele e, ao encontrar-se
com o profeta Samuel, uma palavra forte e difícil de acreditar lhe foi dita;
para que ele cresse que a palavra vinha da parte de Deus Samuel também lhe
disse qual era o desejo do coração dele, informou onde estavam as jumentas e,
ainda, fez uma série de previsões que ocorreram no mesmo dia, somente para
CONFIRMAR a palavra do Senhor.
Esse portanto é o primeiro passo
para certificar se a profecia dita vem da parte de Deus: o nosso Deus confirma
sua palavra. O nosso Deus faz questão de declarar aquilo que há no coração da
pessoa para que ela saiba que é verdadeira a mensagem proferida. Vindo da parte
de Deus não importa quanto tempo irá transcorrer entre a mensagem e o
cumprimento dela, mas acontecerá do jeito que Deus falou, basta ficar no lugar
para receber a promessa.
Ao contrário de alguns profetas
de nosso tempo que gritam, marcham, pulam, colocam cadeiras na cabeça, giram
feito peão etc., que chegam junto aos seus ‘alvos’ e dizem: abra a mão, receba
uma chave, receba uma benção etc. e, no entanto, não dizem quando aquilo irá
acontecer, não dizem como irá acontecer, não dizem nada sobre os problemas das
pessoas (Será Deus insensível?), o Deus que usava os seus profetas fazia
questão que a pessoa não tivesse dúvidas sobre a mensagem que ouvira...
É bonito ler as palavras de
Daniel 8.17 que Deus determina tempos distantes e o profeta creu e escreveu
para que soubéssemos; ou ver o testemunho de alguns missionários que foram
comissionados por Deus, normalmente eles receberam o chamado e Deus confirmou
falando a outras pessoas a mesma coisa (pastores, cônjuge, profetas etc.), tudo
para que os seus servos não tivessem dúvidas.
A Bíblia dedica um capítulo
inteiro para explicar como devem ser usadas as línguas estranhas e o dom de profecias,
falo do capítulo 14 da Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios. No versículo
25 Paulo assevera que, quando Deus fala, os segredos do coração são revelados,
ou seja, as dificuldades que a pessoas está enfrentando são clareadas por Deus.
Dos versículos 26 a 28 ele deixa claro que tem que ter uma sequência e, principalmente,
intérprete. A mensagem tem que ser em nossa língua para que haja edificação,
mas é comum vermos pessoas falando em línguas estranhas bem alto e
interrompendo o culto e dizendo que é Deus, quando a Bíblia o manda ficar
calado quando não houver intérprete.
Já no versículo 29 afirma que a
igreja deve pesar, analisar, julgar a profecia, ao contrário do terrorismo
aplicado hoje onde os ‘vasos’ afirmam para não tocar na mensagem ou no mensageiro
porque podem ser feridas e ficar doentes... e como esquecer do versículo 40 que
declara taxativamente que o culto deve transcorrer com ordem e com decência
(entendimento). Não há ordem quando o culto é interrompido várias vezes por
pessoas gritando ou falando em línguas estranhas (sem intérprete).
Como vimos, os pastores precisam
ensinar suas ovelhas para não perderem a ordem do culto (alguns extrapolam o
horário por conta do excesso de línguas, profetas ou movimento). Muitas vezes a
palavra de Deus está sendo transmitida do púlpito com excelência e, de repente,
uma pessoa interrompe aos gritos sem controle algum, negligenciando o fato narrado
no versículo 32 que diz que o espírito está sujeito ao profeta, ou seja, cabe a
ele se controlar.
Certa vez estive em uma igreja
onde um jovem tinha o costume de, em dado momento do culto, se levantar falando
em línguas estranhas, bater palmas, circular de um lado ao outro da igreja e,
depois, sair da igreja e retornar trazendo alguém que estava do lado de fora.
Além de não ter intérprete atrapalhava a mensagem e o culto e nada acontecia de
bom nem com a igreja e nem com a pessoa que ele ‘pescava’ do lado de fora da
igreja. Isso levou um certo tempo até um presbítero (o mesmo que falei acima)
está dirigindo o culto e repreendê-lo do púlpito, mandando que ele sentasse e fizesse
silêncio. A igreja ficou muda, sem saber a quem apoiar, mas foi um santo
remédio pois aquele jovem nunca mais atrapalhou nenhum culto e nenhuma outra
pessoa sentiu vontade (supostamente da parte de Deus) de interromper a mensagem
que estava sendo pregada (exceto que houvesse intérprete, neste caso toda a
igreja glorificava a Deus).
Há ainda aqueles profetas que
tentam tirar proveito de suas mensagens, querendo receber alguma vantagem
(dinheiro, pagamento de conta, cesta básica etc.), esquecendo o que consta em
Deuteronômio 13.1-5, ou em Ezequiel 13.3, nem conhecem a história da lepra de
Geazi narrada em 2 Reis 5. 26,27.
Espero que cada irmão que leu esta
mensagem saiba identificar cada mensagem recebida através dos muitos mensageiros
que percorrem a casa de Deus, pesando-as e glorificando a Deus quando elas são
confirmadas. Shalom!
Sérgio André de Almeida, Pós-graduado em Ciências da Religião