A paz do Senhor a todos.
É interessante como em anos eleitorais há uma grande
agitação no meio cristão sobre os possíveis candidatos e partidos que
concorrerão às eleições, principalmente quais deles estarão chancelados por
alguma igreja local…
É comum vermos líderes cristãos
ficarem calados por dois anos e, subitamente, em anos eleitorais indicar qual é
o candidato que a igreja dele precisa apoiar... também é comum vermos esses
líderes sendo processados ou envolvidos em escândalos em torno dos políticos ou
partidos que eles apoiaram.
O que nos chama mais a atenção é que o público se mostra
desconhecedor sobre o que a Bíblia fala sobre o assunto, mesmo havendo uma
informação tão vasta na Palavra do Senhor! Alguns apoiam e outros criticam a
tão conhecida frase: “Cristão vota em cristão!” Após vários escândalos envolvendo
cristãos no meio político, inclusive de igrejas tão renomadas, vem-nos ao caso
rever tão efusiva frase!
A política, segundo os mais renomados juristas, “é a arte
ou ciência da governança de um Estado ou nação”, ou seja como administrar os
bens públicos. Sabemos que todos os seres humanos são seres políticos pois
tomam decisões ou indicam quem deve tomá-las em seu lugar… daí a preocupação de
todos, quem deve ser eleito para decidir por nós?
Embora seja sustentado por alguns o fato de que a igreja
deveria escolher seus representantes para defendê-la ou ir em busca dos
interesses dela, o que a Bíblia diz sobre o assunto? Alguma pessoa foi eleita
pelos servos de Deus, na Bíblia sagrada, para nos servir de exemplo?
Se lermos em Ester 2. 17 (a escolha de Ester) precisaremos
responder a seguinte pergunta: Quem elegeu a Ester para que Deus livrasse o
povo dEle através daquela mulher? Se lermos em Esdras 1. 1-3 perguntaremos:
Quem elegeu a Ciro para autorizar a reconstrução de Jerusalém? Não podemos
esquecer que o profeta Isaías (Is 44.28) Descreve a vinda de Ciro cerca de
duzentos anos antes dele surgir e, mesmo, não sendo ele israelita, libertou ao
povo de Israel e o enviou de volta a Cidade de Jerusalém. Se lermos em Gênesis
41. 38-42 veremos que o próprio Faraó reconheceu o motivo para a escolha de
José como vice-rei do Egito, e não foi por escolha humana, mas divina que ele
havia decidido colocar um estrangeiro no governo… em Números 11. 16,17 vemos
que na hora de escolher a 70 (setenta) anciões para serem juízes ao lado de
Moisés, foi o próprio Deus quem estabeleceu as regras para os escolhidos.
Até quando houve escolha na igreja do Senhor, em Atos 1.
24-26, os apóstolos pediram que Deus indicasse qual discípulo deveria ser
chamado para o apostolado. Assim como o apóstolo Paulo estabelece normas para
serem seguidas pelos ministros, diáconos e as mulheres que trabalham na obra do
Senhor (1 Tm 3.1-13), também a igreja precisa observar para quem vai seu voto
ou para qual partido pois eles precisam ser claros em suas intenções. Por falta
de visão dos líderes e da igreja o país tem sofrido com violência, corrupção,
destruição da família, desemprego e surgimento de doenças... a igreja procurou
seus interesses e colocou no poder lideranças sem o temor do Senhor, por isso
pagamos o preço!
Quando uma pessoa é eleita para alguma função deve seguir a
várias regras e acumula várias atribuições, como os Deputados Federais que
discutem e aprovam leis e medidas provisórias, ou o Vereador que representa os
interesses da população perante o poder público municipal, aprovando ou não
leis no âmbito municipal. Em tudo isso a vontade de Deus é soberana, guiando a
igreja dEle no caminho certo (Isaías 30. 21).
O que precisamos saber, neste caso, para tomarmos a decisão
correta é qual o plano de governo do partido “A” ou “B”, ou do candidato “X”,
para então votarmos em quem decidirá de acordo com os princípios bíblicos para
as votações polêmicas (como aborto, ideologia de gênero, manipulação genética,
tributação das igrejas, liberação da maconha, etc.) e não podemos esquecer que,
se o candidato escolhido não ganhar nas eleições o voto dos cristãos pode ter
sido dado a um Partido que não tem nenhuma intenção de seguir aos dogmas
bíblicos!
Como vimos, a escolha de políticos que tenham compromisso
com os nossos princípios, que não sejam corruptos nem envolvidos em escândalos,
ou pertençam a partidos corruptos, essa sim deveria ser nossa preocupação, se
além disso ele for cristão seria ainda melhor… mas caso um candidato não
evangélico se porte de forma melhor do que aquele que se diz cristão, em quem
devemos votar se queremos manter nossos valores cristãos? A Bíblia sagrada deve
ser nosso guia, inclusive quando politicamente optamos por algum candidato,
esse sim deve ser o ensinamento de todo cristão!
Shalom!
Sérgio André de Almeida - administrador e
Pós-graduado em Ciências da Religião.
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